sábado, 14 de junho de 2008

INSTANTES



Todos os dias, vivo o agora

como se o fora desde sempre.


O amanhã é uma memória

tão imprecisa quanto ausente.


Bom seria se a cada instante

um riso invadisse minha face


e a cada segundo, ao semblante

obscuro, um brilho adentrasse.


Se a cada instante, por menor

que seja, a alma fosse um mar


maior que o céu e, todo o sol,

um brilho contido em um só olhar.


Ah! Todos os dias passarão...

Como os ribeiros, toda a vida


deslizará por entre as mãos

ainda lisas... Divididas...?


E o tempo vagante a roer

cada semblante, cada olhar...


e olhamos, em volta do rio,

as pedras a secas ao ocaso,


e ao rosto, o pleno desvario.

11 de junho de 08 e sempre, sempre...

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