Nem sei mesmo o que pensar sobre isso.
Sei que encarar-me é tão perigoso quanto parece.
Porque há noites em que os leões saltam
e invadem os lençóis de minhas idéias
e é preciso ser mais alto para sobrepujar
ou mais baixo para nem ser notado.
Mas prefiro estar ao centro:
cara a cara, olho por olho,
idéia por idéia.
E pela manhã,
onde o mar bate nas nuvens,
não há leões, nem mesmo os seus cadáveres,
nem mesmo o eu que costumava enxergar.
Há, sobretudo, o eu que houve, há e haverá,
como aquele orvalho sorrindo em minhas mãos:
este beijo dizendo que o céu é mais bonito
quando é dia, pra que a lua e as estrelas existam
e quando é noite, para que o sol, as nuvens, tudo,
tudo seja mais essencial, mais verdadeiro.
E Tu, ó Estrela Celeste,
habitas em mim,
sendo o que sei que sou
e não seria sem que fosses o que és.
E caminhar por Tuas brisas faz-me ver a vida
como ela é: dotada de esperanças;
de gotas dos mares fosforescentes que estão a cima de nós:
e não sou mais eu este eu.
Sou eu dotado de Ti.
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